10 anos da morte de Kurt Cobain



Não me lembro se era dia 8 ou 9 de abril de 1994. Lembro que era um sábado e como todo sábado eu trabalhava, lá na Livraria Belas Artes. Eu tinha 21 anos e era super fã do Nirvana e mais ainda, da atitude de Kurt Cobain. Foi um choque. Choramos e ficamos muito tristes o dia todo. Besteira? Besteira! Mas era uma outra época, outra idade, outros ideais.
Prá nossa sorte, a gerente não trabalhava aos sábados e o dono, ia às vezes, só que mais a tarde. Levei umas fitas no walkman e ligamos no stéreo da livraria. Lá só podiamos tocar os cds que vendíamos e não vendíamos Nirvana. Fui com o Teta, que trabalhava comigo, até umas lojinhas recém abertas, onde era uma galeria de arte na esquina da Bela Cintra com Paulista, tipo Promocenter (hoje é uma grande farmácia) e compramos os últimos cds do Nirvana. Depois fomos em frente, do outro lado da rua até o Promocenter que tinha alí onde hoje é aquele edifício enorme do Colégio São Luis. Comprei o cd Nirvana Roma, com a gravação de um dos últimos shows deles.
Foi um dia que me marcou muito, porque mesmo os mais velhos, que não gostavam do tipo de música, ficaram chocados com a atitude dele. Tinha aquela coisa, estava famoso, rico e com uma filhinha recém nascida linda. Acho, que também, porque o pessoal que frequentava a livraria, tinha uma cabeça melhor, eram mais esclarecidos; e então entendiam a tristeza daqueles jovens que estavam perdendo um ídolo, assim como muitos deles perderam anos antes Budd Holly, de outra maneira mas mesmo assim trágica.

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