Tudo o que acontece na louca vida de gutogalli e no planeta. Depois de 11 set. 2001, ainda vivo!

1.9.04

De repente 1987

Assistindo ao filme De repente 30, aconteceu algo fantástico. Na cena da festa de 13 anos de Jenna, lembrei de uma festa que participei em 1987, mesmo ano da festa no filme.

Estávamos todos no último ano do 1º grau, no “Verdão”. Sim, naquela época ainda se chamava 1º grau e o apelido da escola pelo bairro, era “Verdão”, por causa de sua cor verde. Mesmo depois que pintaram de outras cores, até hoje ele ainda é chamado de “Verdão”.

Não me lembro bem ao certo se era agosto ou setembro, nem o dia, (que amigo mais desnaturado) mas me lembro bem que era o aniversário de uma garota muito legal. A Érika. Ela era amiga de todo mundo e não tinha frescuras, fazíamos a maior bagunça. Nos conhecía-mos, desde a primeira série. Depois passei por várias outras escolas e voltei para lá. Por coincidência, repetimos até a mesma série e voltamos a estudar juntos. Ela estava fazendo 15 anos e resolveu dar uma festinha em casa, para alguns amigos da escola. Era um dia de semana à tarde.Eu estava um pouco nervoso, porque apesar de estar entre amigos, não era muito de festas e não sabia dançar, nem nada. E pra ajudar, minha mãe fez o favor de me ‘obrigar’ a comprar um enorme buquê de flores, porque ela fazia 15 anos, já estava ficando uma moça e moças gostam de receber flores e coisa e tal e aqueles papos. Bem, muito a contra gosto, levei as flores, já sabendo que seria zoado pelos amigos. Ao chegar lá, deixei a aniversariante muito feliz e maravilhada com as flores. De quebra, e devo essa à minha mãe, deixei as outras meninas encantadas,porque nunca, nenhuma delas havia recebido flores. Também, todas tinham 13, 14 anos; as mais velhas 15, 16. E os meus amigos ficaram putos, porque acharam que fiz aquilo para aparecer. A verdade é que ela quase não ganhou presentes, porque nós éramos muito toscos naquela época.

A ‘festa’ foi em uma espécie de garagem fechada, com cara de porão. Passado os constrangimentos, que como sempre, eram quebrados pela irmã menor, a Katinha, fomos dançar. Enquanto as meninas queriam dançar músicas mais lentas, nós meninos só queríamos saber de Titãs (o Cabeça Dinossauro estava estouradasso na época), Ira!, Capital Inicial, Camisa de Vênus, Ultraje a rigor, Dead Kenedys, e outros. As meninas já gostavam de RPM, Zero e outros mais melosos. Bem, aprendi a dançar aquelas músicas meio punks, em que se dançava meio que chutando e dando porrada. E dancei umas lentinhas e pisei em alguns pés delicados. Mas me diverti muito e todos se divertiram.

Quanto às flores, todos os professores ficaram sabendo e ficamos sendo ‘zoados’ por uma semana. Tinha um professor de inglês, que era gago, (sim, é isso que vocês leram – o homem que ‘ensinava’ inglês era gago) e que dizia: “Eeentãão, queer didizer que o Caca, que o Cacarlos tátá a fim da Jajapa?? Mas foi tudo muito legal e engraçado e eu já não lembrava deste dia à muitos anos. E pra falar a verdade, nem da Érika, amiga que aprontamos muita coisa juntos. Da última vez que soube dela, estava casada e morando no Japão. Tenho saudades do pessoal do “Verdão”.

O que mais achei engraçado, foi lembrar de tudo isso, assim de repente, enquanto assistia ao filme. Era como se assistisse a outro filme. Ainda bem que pude dar um ‘pause’ no “meu filme”, assistir o do cinema e apertar o ‘play’ do meu filme, só quando cheguei em casa. Foi bom, coloquei o cd do Cabeça Dinossauro, dos Titãs, depois o do Ira! E lembrei até de nossa excursão de formatura que foi muito louca. Ainda bem que o único pozinho que conhecíamos era o do Dip’n Lik (é assim que escreve?), assim ninguém foi para o futuro. Poisé, de repente 1987.

Unknown 1.9.04